terça-feira, 1 de março de 2011

A Linguagem da Encenação Teatral Capítulo V: A metamorfose do Ator

Fonte: joamilabrito.zip.net
Separados por tópicos, o capitúlo aqui estudado visa a melhor compreensão do mesmo.


1. Teatro Pobre: Basta levar a expressão ao pé da letra. Quando nos referimos a esta idéia, são descartados todos os tipos de objetos em cena, como figurinos, cenários, música, iluminação, etc. Aliás, até mesmo o texto e o público são descartáveis. Sim, é loucura, e tal idéia surgiu de uma mente não menos brilhante de um polonês conhecido como Jerzy Grtowski (1933 —1999). Vale ressaltar que Grotowski admirava Antonin Artaud (1896 — 1948) e, por isso, criou o teatro pobre, como já dito, além de acreditar que o teatro não foi feito para quem quisesse diversão, mas para quem o desejasse.

2. Surgimento do Encenador:
No final do século XIX, surge o encenador, mas com papel de diretor. Esta idéia gerou polêmica entre os atores, pois os mesmos eram livres, ou seja, eram seus próprios diretores. Mas acrescentar um diretor só favorecia, visto que o mesmo poderia ter a visão de outro ângulo – o de fora – e poderia organizar as idéias com mais clareza. Para os atores, isto era uma autocracia, e não era atraente.

3. Mudança de Técnicas:
Os gestos precisos são trocados pelos gestos reais (naturais). Um nome notável de uma personalidade que defendia o real/natural é Constantin Stanislavski (1863 —1938).

4. Teoria do Teatro Épico:
Um exemplo notório é Charlis Chaplin, cujo objetivo é criticar. Desta teoria, surgiu o conceito do “Efeito V”, que defende a idéia de que o ator não se identifica com o personagem. A vida é uma coisa, e o teatro é outra. A linearidade não existe, afinal o passado e o presente se misturam sem nenhum nexo. O ator não deve envolver-se na trama, caso contrário uma visão crítica do público e do ator não seria despertada. O conceito resume-se em uma frase: “Não viva um papel: represente-o.”

5. Stanislavski e seu elenco:
Para Constantin, todos eram valorizados e tratados da mesma forma, desde o iluminador até mesmo o ator principal. Honesto, sim. Mas este tipo de igualdade e liberdade gerou amadorismo, irresponsabilidade, falha de senso artístico, gerando baixa qualidade de encenação.

6. Monstros Sagrados:
Este era o adjetivo a todos os atores que se diferenciavam dos outros por suas habilidades transcendentais. Eles eram autênticos, sem regras, praticamente um tipo de metamorfoses ambulantes. Era exibicionismo puro, mas não deixava de ser belo. Os monstros sagrados não permitiam intervenções dos diretores em suas atuações, pois tudo o que era exposto por eles vinha puramente de seus instintos e sentimentos, ou seja, eles expunham tudo o que verdadeiramente sentiam. Edward Gordon Craig e Stanislavski não gostavam disso. Para Craig, os impulsos não são confiáveis e o ator jamais poderia se confundir com o personagem, afinal são seres distintos e não há sentimentos entre os dois.

7. Diferenças entre Craig e Stanislavski:
Craig rejeita a emoção, Stanislavski não. Segundo Craig, o espectador não pode apegar-se ao personagem, mas questioná-lo. O espetáculo não imita a realidade, mas permite enxergá-la. Stanislavski expõe seu pensamento em uma frase que o explica bem: “O teatro destrói a harmonia. Abaixo o teatro! Viva a harmonia!”

8. Craig e a Supermarionete:
O sonho de Craig era construir um tipo de marionete humana, onde qualquer tipo de reação ou movimento, por mais minuciosos que se apresentassem, fossem controlados (como uma marionete). Mas seu sonho era impossível. E o é até hoje, pois o ser humano é incapaz de tal façanha. Isso acabaria de vez com o exibicionismo. Craig era apaixonado pela Comédia Dell’Arte e, para ele, esta sim era o verdadeiro conceito de teatro.

9. Artaud e o Teatro da Crueldade:
Antonin Artaud acreditava que o ator e a platéia eram uma coisa só. Seus espetáculos constituíam por gritos, sombras e músicas: era a representação dos sonhos e mistérios da alma. Os diálogos dos atores resumiam-se em ecos e ressonâncias.

Atualmente, as habilidades são dispensáveis quando se tem exuberantes linhas e curvas corporais: Vedetismo. Percebe-se que, neste ir e vir de formas e conceitos, estilos e manipulações, o ator tem um leque de opções para seguir todos os estilos teatrais.


Gabrielle do Vale

Um comentário:

  1. Gabriele , acredito que vc teve uma interpretação equivocada a respeito deste capítulo, pra quem não leu o livro, pode ser uma interpretação levada em consideração e pode gerar confusões. Você deveria reler o livro e o seu resumo e ver onde vc se confundiu. Lhe aponto que logo de cara achei estranho a parte em que vc relaciona Stanislavski e sua técnica à uma parte descrita no livro que diz sobre amadorismo, falta de senso artístico e baixa qualidade de encenação. Se vc reler verá que Stanislavski criticava esta postura e não era uma postura do mesmo. No livro isto está bem claro. Sua interpretação do livro já gera um equívoco descarado para quem conhece a história de Stanislavsk. Como um blog de estudos teatrais, creio que seria interessante que vocês revisassem a escrita, o blog deve postar coisas verdadeiras, e no caso deste erro que aponto,não se trata de uma opinião sua, mas de uma interpretação que faz do livro e que está errada.

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